Terapia para dependentes de exercícios físicos
Vigorexia !
Pessoas que criam relações de dependência e compulsão pela prática de exercícios físicos encontram nestas actividades mais a diminuição de sensações más, como a ansiedade, irritabilidade e a depressão, do que uma boa forma física.
Com os devidos cuidados, é possível fazer uma analogia entre dependência de exercícios e drogas. As motivações parecem ser semelhantes. No primeiro caso, a pessoa também sofre de uma espécie de síndrome de abstinência, e sente falta da actividade física.
A pesquisa envolveu diversas etapas. Em primeiro lugar, decidiu adaptar uma escala de avaliação que permite avaliar o grau de dependência. Os indivíduos largam tudo, a família, trabalho, aceitam as lesões, correm e jogam com chuva e frio, tudo isto em nome da actividade física.
Entre outras coisas, o teste avalia quantas vezes por semana a pessoa faz exercício, o que ela sente quando não o realiza, se o interesse dela em outras actividades sociais aumentou ou diminuiu e também se essa prática acontece mesmo em condições desfavoráveis. Com isso, foi possível estabelecer uma escala crescente de pontuação. O instrumento mostrou-se eficiente e válido.
Na etapa seguinte do trabalho, avaliou-se 66 voluntários, sendo todos eles homens, com idades entre 18 e 51 anos. Com base na pontuação obtida na escala, eles foram divididos em três grupos: sedentários (formado por 20 pessoas), praticantes de exercícios, com baixa pontuação (23 indivíduos) e dependentes dessas actividades (23 voluntários). Todos passaram por testes, na passadeira, de esforço físico máximo, que servem para avaliar a "quantidade de Vo2 Máx" de uma pessoa. A velocidade e inclinação da passadeira era gradualmente aumentada até a exaustão, segundo o protocolo de Bruce.
Para estabelecer as comparações, antes e depois dos exercícios na passadeira, um outro questionário, e que verifica aquilo que ele chama de "alterações nas respostas de humor" - situações de ansiedade, depressão, raiva e fadiga. A compulsão pelos exercícios poderia estar associada aos reforços positivos, que são prazer e euforia, e também aos reforços negativos, que é o alívio de estados de depressão e ansiedade.
As respostas a este outro questionário mostraram que, no grupo de dependentes, houve queda significativa no nível de tensão e ansiedade. Eles saíam da passadeira menos tensos do que quando haviam entrado nela. Para ilustrar, podemos dizer que uma pessoa compulsiva marcava, por exemplo, 4 pontos de ansiedade antes da realização do exercício. No final, esse número havia caído para 1 ou 2. Nos outros dois grupos, essa situação mantinha-se estável. Os resultados do estudo permitem dizer que os indivíduos dependentes buscam os exercícios, de facto, como forma de alívio das suas tensões.
Dependente, mas não doente
Seis dias por semana, o Eng. Pedro Venâncio, 44 anos, corre no Parque das Nações e treina no Health Club, onde faz musculação e alongamentos. Durante a adolescência, preferia o futebol. Há sete anos, optou pelas ginásios. Ele explica: "O futebol dava muito prazer. Mas a corrida e o treino de musculação garante uma emoção extra enorme. É indescritível. Alivia o stress e traz uma sensação de bem-estar".
Uma ou outra vez, diz, é possível faltar ao treino. Quando começa a durar muito tempo, ele fica incomodado, e a ansiedade e a irritação aumentam. "Acho que sou dependente sim, mas a corrida faz-me muita falta. É a minha terapia. Mas não me considero doente. Não preciso de um médico. Consigo gerir tudo isto muito bem.", afirma.
Próximos passos
O trabalho desenvolvido pelo Pedro é mais um estudo que analisa aspectos relacionados à dependência de exercícios físicos. A partir da pesquisa, reaparecem as perguntas: que razões levam a essa dependência? Como se inicia este processo ? Queremos compreender melhor como e por que ela surge !
Uma primeira hipótese é a presença da beta-endorfina, responsável, no organismo, pelos sentimentos de prazer. Nos três grupos avaliados pelo trabalho, no entanto, viu-se que a sua quantidade era semelhante. Uma outra chave é possível. A dependência parece estar mais associada à frequência semanal da actividade física, e não tanto à intensidade com que a pessoa pratica seus exercícios. A pesquisa permitiu avançar no entendimento dos mecanismos psicossociais do problema.
Por Marcelo Barros;
Estudo realizado com um grupo de 66 voluntários em dois Health Clubs em Lisboa.
3Fitness.com
Oi Elisa,
ResponderEliminarAdorei este artigo e consigo me enquadrar aí.
O exercício alivia-me a ansiedade e assim como o Pedro o meu estado de humor muda (para pior) se não fizer. No entanto pratico para melhorar a saúde e a condição física. O que é um facto é que tudo na minha vida melhorou após as 6 idas semanais ao ginásio (tal como o senhor do texto ... não me queres marcar um encontro com ele??? Temos muito em comum, até a idade ... ahahahahhahahahhah)
Mil beijos
LLLLLLLLLLLLOOOOOOOLLLLLLLLLLLLL
ResponderEliminarsubscrevo a minha Musa inspiradora e agradeço e coração a tua preocupação....eu tb sou assim com as pessoas de quem gosto, sou uma "mae-galinha", mas não consigo largar...e depois nem dou pelo tempo, e digo-te com a maior das sinceridades e estou a viver um mundo novo pra mim...nunca fazia desporto, tinha vergonha do meu corpo, escondia-me imenso e esnte momento sou uma pessoa mt diferente.
Fiz amigos lá no ginásio, as pessoas me incentivam mt e o pt é pago para manter o meu programa de exercicios obedecente a certos criterios...não anda à toa. naquele dia, ate ao meio dia, abusei sim, confesso, mas tava tão absorvida que nem dei por isso!
Chego aqui a casa, passeio as boxers, almoço e sigo para o trabalho desse dia.
Eu sou "mulher a dias", com todo o orgulho, sem dramas, e trabalho em casa das pessoas da parte da tarde, tb me mexo imenso...mas pronto....estou feliz, e isto ninguém me tira!
Sem remédios a não ser a fluoxetina e o lexotan ( clinico geral) apenas gym e nutri do Hosp dos Capuchos, estou a chegar mais longe do que pensei ser capaz.
E isto dava uma longaaaaaaaa conversa.....
Beijos e obrigada pelo carinho e preocupação
Sinto que ganhei mais uma amiga sincera e isso deixa-me feliz.
Sou como escrevo, mt sincera e frontal nas palavras e agora ando com esta mania de levar toda a gente em RA ás suas metas.....manias de gaija teimosa!!!