Giseng

Ginseng -um bom anti-oxidante

O ginseng, certamente pelo seu poder anti-oxidante, tem uma acção neuroprotectora quando tomado antes da aparição das lesões degenerativas neuronais

O ginseng faz parte do mundo das plantas míticas. Existem três variedades de ginseng: japonesa, asiática e americana. Os ginsenósidos são uma família de moléculas extraídas desta planta, que parecem dotados de propriedades anti-oxidantes, anti-stressantes e anti-neoplásicas. A maior parte das experiências terapêuticas utilizou o seu extracto global, e as características de cada um dos 28 ginsenósidos começam a ser conhecidas. Os diferentes tipos de ginseng são, assim, classificados em função do seu conteúdo, em derivados Rg1 e Rb1. Estudos preliminares demonstraram a eficácia da administração preventiva de Rb 1 Rb1 sobre um modelo experimental de isquemia cerebral num pequeno roedor. O mecanismo assemelhava-se ao efeito anti-radicais livres. Este efeito neuroprotector foi identificado num modelo de morte neuronal induzida pelo glutamato em cultura celular.

Uma equipa de Houston apresentou, no último Annals of Neurology, dados importantes que dizem respeito à eficácia do extracto de ginseng americano sobre uma variante animal da doença de Huntington. Trata-se de um modelo clássico: consiste em ministrar o ácido 3 nitropropiónico, inibidor de uma enzima mitocondrial, a succinyl desidrogénica. Este produto provoca rapidamente uma perda de células striatales com sinais clínicos por vezes severos no animal, que podem resultar na sua morte. A administração preventiva do extracto de ginseng no animal, uma hora antes da aplicação da substância neurotóxica previne, em todos os casos, a sua morte, e diminui de forma muito significativa a perda neuronal e os sinais clínicos associados.

Estes resultados são muito interessantes apesar de não permitirem, actualmente, um entusiasmo irrestrito, pois numerosas moléculas demonstraram um efeito neuroprotector, mas unicamente quando são ministradas antes da acção neurotóxica. O seu uso generalizado na doença neurodegenerativa pemanece, portanto, incerto. No entanto, a completa inexistência de moléculas eficazes sobre a doença de Huntington impõe que não se negligencie esta pista terapêutica.